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Raoni anuncia apoio a Lula: "Bolsonaro quer a extinção dos indígenas"

Após luto e covid, o cacique Raoni Metuktire conta que está pronto para retomar a luta; em entrevista exclusiva, ele afirma que entre as primeiras batalhas está ir a Brasília pressionar Alexandre de Moraes e o restante do STF a vetar o Marco Temporal.



Raoni está cansado. Mesmo um ano após ter vencido a covid, o líder índigena, de 91 anos, ainda sente dores no corpo e dificuldade para respirar, como contou em entrevista exclusiva à Repórter Brasil, na sede do seu instituto em Peixoto Azevedo (MT). O vírus o infectou semanas após a morte da esposa, Bekywiká Metukitire, em junho de 2020. Desde então, ele vive o luto e segue recluso em sua aldeia na Terra Indígena Capoto Jarina, às margens do rio Xingu, no norte do Mato Grosso.

O luto para os Kayapó é um ritual longo. Impõe solidão e silêncio. Durante o período, Raoni deixou de usar o seu característico cocar amarelo e preto, parou de pintar o corpo e teve os cabelos cortados por um dos anciãos de seu povo. "É preciso ficar antissocial mesmo", resume o neto dele, Beptuk Metuktire, de 26 anos, que acompanha a entrevista. O confinamento só acaba quando o ancião que cortou o cabelo dele — decretando o início do luto — entende que é o momento de retomar à normalidade. "Quando isso acontecer, a família vai pintar o corpo dele no final da tarde, vai colocar o cocar e ele vai passar a falar alto. A gritar", detalha o neto.

Por mais que a idade, a saudade da esposa, as sequelas do covid e o governo Bolsonaro abalem um dos líderes indígenas mais importantes do mundo, Raoni segue ambicioso e cheio de planos para quando colocar seu cocar, pintar o corpo e encerrar o luto. Entre eles, está ir a Brasília pressionar Alexandre Moraes e outros ministros do STF a vetarem o Marco Temporal. Outro combate no horizonte é impedir que o projeto da Ferrogrão saia do papel - a ferrovia prevê um terminal de cargas em Matupá (MT), o que levará a soja a pressionar ainda mais o Parque Indígena do Xingu e a Terra Indígena da Raoni, a Capoto Jarina.

O ambiente bolsonarista da região não intimida o cacique. "Todos temos que apoiar Lula para que ele assuma e tenhamos tranquilidade", afirma, sempre terminando as frases com a expressão "é isso", ou "tãm ne jã", em Kaiapó, como explicou o neto Beptuk, responsável pela tradução junto com o sobrinho Puiu Txukahamae.

VIA: UOL | VEJA MAIS AQUI

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